Voz para a negritude

Brasília é uma cidade marcada pela violência contra a população negra. Desde a criação da capital, candangos e comunidades tradicionais do Centro-Oeste foram criminalizados. As violações enfrentadas por essa população para que a Esplanada dos Ministérios fosse erguida fazem parte de uma história que os meios de comunicação ainda devem à cidade. O processo de remoção e segregação geográfica da população preta e pobre também não foram devidamente retratados por pesquisadores e profissionais de comunicação, salvo honrosas exceções.

Os meios de comunicação contribuem para marginalizar a população negra ao persistir em práticas como a publicação de imagens de crimes bárbaros, onde as vítimas em geral são negras. Os jornais e programas de televisão do Distrito Federal, principalmente os considerados “populares”, reproduzem imagens de mulheres dilaceradas, utilizando esse recurso como caminho fácil para garantir vendas nas bancas.

A polícia é cúmplice dessa prática. Expõe presos, muitas vezes apenas suspeitos por crime, às câmeras fotográficas e de TV, numa atitude que nos faz lembrar cenas de leilão de escravos fugidos. No dia-a-dia da cobertura jornalística, as redações dão destaque para crimes contra famílias brancas de classe média e deixam no esquecimento o genocídio da juventude preta.

Os movimentos sociais de negros e negras do DF e Entorno têm se mantido ativos na luta contra o racismo midiático e na busca de seu empoderamento como agente da comunicação. No diálogo com rádios públicas da cidade, coletivos e movimentos lutaram e conquistaram espaços para a música e a cultura negra.

Por meio de jornais e sites criados a partir do protagonismo negro, coletivos e movimentos têm denunciado a intolerância religiosa, o descaso com a saúde da população negra, a falta de incentivo e espaços para a cultura afro e a cobertura racista sobre o sistema de cotas na Universidade de Brasília (UnB).

Esses esforços contribuíram, inclusive, para que a 1ª Conferência Nacional de Comunicação, a ser realizada em dezembro, tivesse no eixo temático “Cidadania: Direitos e Deveres” o debate sobre respeito e promoção da diversidade cultural, religiosa, étnico-racial, de gênero e orientação sexual.

Esse é apenas o ponto de partida. A população negra já conta com diversos marcos legais que obrigam governos e iniciativa privada a promover o respeito à diversidade cultural dos grupos formadores da sociedade brasileira e demais grupos etnicorraciais discriminados. O Plano Nacional de Igualdade Racial prevê, por exemplo, estímulo à inclusão de critérios de concessões de rádio e televisão que garantam políticas afirmativas para negros, indígenas e ciganos.

Na Conferência Distrital de Igualdade Racial, em maio de 2009, os movimentos sociais de negros e negras do DF apresentaram e conseguiram a aprovação de propostas. Entre elas, a criação de um Observatório de Mídia e Direitos Humanos no DF, responsável por estudos, pesquisas e capacitação na área de comunicação e igualdade racial.

A Conferência de Igualdade Racial também deliberou que sociedade e governo incentivem a criação e funcionamento de rádios comunitárias em áreas habitadas pela população negra do DF, apoiem e financiem veículos de comunicação alternativos, criados por comunicador@s, artistas e comunidades negras/indígenas, e incentivem a utilização de novas tecnologias e redes sociais por pontos de cultura, comunicador@s, artistas negr@s/indígenas e afroreligios@s.

Essas ações são apenas parte do que deverá ser um Plano Nacional de Políticas de Comunicação para a Igualdade Racial. O movimento social negro está se organizando em todo país para exigir essa política. Não podemos sair da I Conferência Nacional de comunicação sem garantir que o governo assuma esse compromisso. Já começamos a construir esse caminho organizando conferências livres. Na Conferência Distrital de Comunicação vamos consolidar nossas propostas e fortalecer nossa voz. Participe!

Fórum de Mulheres Negras do DF, Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial, Movimento Negro Unificado, Unegro, Federação Brasília e Entorno de Umbanda e Candomblé.

WWW.forumdemulheresnegrasdf.blogspot.com
WWW.cojiradf.wordpress.com
WWW.mnudf.blogspot.com

É viver a vida!!!

Por Damiana Neto

Cena em que a personagem Helena pede perdão. Qual é mesmo a razão?

A minha indignação, também se fez presente junto a outras tantas emoções, fiquei pasma, incrédula mesmo! Ainda que se queira trabalhar com a ficção, e recorra à liberdade de expressão, um indivíduo que tenha compromisso com questões sociais, históricas e principalmente que seja defensor da humanidade e diversidade, tem por obrigação, utilizar outros caminhos, outras ferramentas, utilizando-se da arte para mostrar principalmente como deveria ser sob a lógica “do não racismo”, “respeito raça e gênero” e da igualdade de direitos. Qualquer outra explicação que o autor queira dar para JUSTIFICAR aquela cena, nada a QUALIFICA, nem se compara ao REFORÇO que ela faz questão de referenciar na doente relação entre dominado e dominante, entre opressor e oprimido, entre o que se pensa ser maior e ser menor.

Abaixar-se diante de alguém, já traz a idéia de “erro e castigo” de “opressor e oprimido”, prostar-se “menor diante de alguém superior”. Quando se tem o poder de transformar uma idéia, um conceito. Os autores, escritores, artistas, preferem o contrário, “reforçar sempre a imagem negativa do significado de ser “negro ou negra” A idéia que fazem de nós negros e negras, não é em absoluto aquilo que somos de fato, pode ser aquilo que nos fizeram pensar, acreditaram que somos menor, que merecemos menos.

Decididamente não somos menores, uma população que ainda precisa lutar pela garantia de nossos direitos, é o que somos. Precisamos reagir, enfrentar e mudar a imagem que dia após dia é reforçada na mídia, nos livros e revistas. Uma mulher é ainda julgada (e condenada) pela decisão de abortar, há que se reconhecer o direito dela e das condições, quer sejam psiquica ou social, independente de fatores ambientais, ela deve decidir sobre seu corpo, sobre sua vida.

A novela passou quase uma semana ou mais condenando à personagem, deixando ali claramente sua mensagem de repudio a mulher que decide fazer aborto, é lastimável, que continuem reforçando e reformulando as atitudes que desrespeitam, enquanto mulher, enquanto negra. Aquela cena traduziu a imagem que fazem sobre nossos territorios: lugar / posição do negro e do branco...

Você que está lendo essa mensagem. Qual a imagem que você faz do negro, da mulher? Quando você pensa no “Ser Negro, Ser Negra, qual a imagem que vem a sua memória? O que foi que aprendemos? Quais são os significados? Não precisa responder.

Quem assistiu essa cena, e vive no mundo de “Alice” achou normal, a maioria da população acredita que existe democracia racial neste país, se não conseguem perceber/enxergar nem o que dói ”aos olhos”, imagine o que é sempre construído de forma estrategicamente subjetiva. Certamente elas pensam que é assim que deve ser. E o que há de errado? Parece até que estou ouvindo algumas pessoas perguntando... Nada, pra eles esse ó lugar do negro, da negra: embaixo, por baixo, pedindo perdão, esperando o castigo, submisso...

Estou farta e alerta, repensando minhas atitudes e o significado delas diante de um cenário onde o respeito à mulher e ao negro ainda está distante, por isso é que não podemos desistir, nem nos prostar, muito menos nos curvar diante da sociedade que utiliza muito bem os recursos de manutenção do racismo e da intolerância.

O que me tira ainda o sono é saber que a banalidade com que isso é tratado nos meios de comunicação fragiliza a educação e o dialógo que construimos com nossos filhos, nossas crianças, ações subjetivas como essa, possui um requinte de crueldade, pela sua própria caracteristica, seu dano atinge diretamente a saúde mental, contribuindo para tristezas, depressões e sentimentos de pouca valia e na auto estima que vamos construindo ao longo dos anos e na relação nosso “eu” e com os outros...     

Acho que por enquanto vou continuar assistindo com meu filho de dois anos, desenhos e filmes infantis. . . Afinal o que esperar de uma emissora como a Rede Globo? Qual é mesmo a minha  surpresa?

Damiana Neto

Fórum de Mulheres Negras do DF organiza Ovulário no Dia Nacional de Mobilização Pró Saúde da População Negra




27 de outubro

Dia Nacional de Mobilização Pró-Saúde da População Negra
Ovulário do Distrito Federal


Participe desta importante mobilização!

Local: Auditório da Fundação Cultural Palmares
Setor Bancário Sul, Qd 02 Lt.11 Ed. Elcy Meireles

Das 8h às 12h

8h - Abertura
Saudação afroreligiosa
Conselho de Defesa do Negro do DF
Coordenadoria de Igualdade Racial do DF

8h30 - Quadro clínico: panorama geral
Convidad@s:

Representante do Centro Feminista de Estudos e Assessoria Cfemea
Representantes do Ministério da Saúde
Representante da Secretaria de Saúde
Representante do Ministério Público

10h30 - 12h - Raio-x e diagnóstico

Convidad@s
Cidadãs positivas
Federação de Umbanda e Quilombola
Frente pelo Fim da Criminalização e pela Legalização do Aborto, Tatiana Nascimento
Coturno de Vênus - Lamlam Augusta
Representante da Comissão de Saúde da Câmara Legislativa

Realização:

Fórum de Mulheres Negras do DF, Cojira-DF, Sapataria, Rede Sapatá, Griô Produções e Movimento Negro Unificado do DF

Apoio: Fundação Cultural Palmares, CDDN

Comunidade negra do DF realiza 1ª Conferência Livre de Cultura e Comunicação

Coletivos, movimentos sociais e organizações negras do Distrito Federal promovem neste sábado (10) a 1ª Conferência Livre de Cultura e Comunicação da População Negra do DF. O evento será realizado no Instituto Comunidade Praia Verde, na Candangolândia, de 9h às 18h.

O objetivo da conferência é debater a imagem da população negra nos meios de comunicação do DF, o racismo discursivo na mídia e a ausência de apoio para artistas e comunicadores negros e negras. As propostas organizadas nesta conferência serão encaminhadas para as conferências distritais e nacionais de Cultura e Comunicação.

“A comunidade negra quer dar sua contribuição para esse debate e mostrar que não está satisfeita como a maneira como é representada pela mídia”, afirma Jacira Silva, coordenadora do Movimento Negro Unificado do DF e integrante da Comissão Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojia-DF), do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do DF (SJPDF).

Editor do jornal Tribuna Afrobrasileira, Michael Félix diz que a comunidade negra e afro tem buscado meios próprios de comunicação para denunciar a intolerância religiosa no DF e Entorno. “Alguns programas independentes veiculados em emissoras de televisão chegam a incentivar a intolerância religiosa. A violência contra os terreiros se intensificou nos últimos anos”, denuncia Michael Félix, secretário da Federação Brasiliense e Entorno de Umbanda e Candomblé.

Para a jornalista e produtora Jaqueline Fernandes, integrante da Griô Produções e do Fórum de Mulheres Negras do DF, unir as conferências livres de Cultura e Comunicação não poderia ser mais oportuno.

“O tema da Conferência de Comunicação será Democratização da Comunicação, o que muito tem a ver com a circulação ou não da cultura negra”, ressalta Jaqueline Fernandes, que também faz parte do Movimento Música pra Baixar. “É fundamental a participação de todas e todos. Esse não é um debate apenas para jornalistas, artistas ou intelectuais. As mudanças são urgentes e determinantes para toda a sociedade.”

Contatos:
Jacira Silva (MNU e Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial) - 8413-7199
Michael Félix (Federação de Umbanda e Candomblé) - 8141-6843
Jaqueline Fernandes (Griô Produções e Fórum de Mulheres Negras) - 7814-2907

Mais informações: http://forumdemulheresnegrasdf.blogspot.com/

Conferência Livre de Cultura e Comunicação da População Negra do DF

Local: Praia Verde – Praça do Bosque 9, próximo ao Corpo de Bombeiros, Candangolândia

Data: 10 de outubro

9h - Abertura e mesa de debates com participação e fala de representantes de entidades, coletivos, grupos e movimentos negr@s, sociais e sindicais, representantes de governo e outras organizações presentes.

12h às 14h - Roda cultural e feira afro (espaço aberto para artistas de todas as áreas - música, teatro, artesanato, culinária)

14h às 17h - Grupos de trabalho de comunicação e cultura para elaboração de propostas para as conferências.

17h - Plenária final

Organização: Fórum de Mulheres Negras do DF, Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial do DF, Movimento Negro Unificado (MNU), Griô Produções, União dos Negros pela Igualdade (Unegro), Federação Brasiliense e Entorno de Umbanda e Candomblé, Comissão Pró-Conferência de Comunicação do DF.

Observação: Haverá transporte gratuito para a Praia Verde, saindo às 8h30 da Praça Zumbi dos Palmares, no Conic.

Neste sábado tem ônibus saindo da Praça Zumbi dos Palmares p/ conferências livres!





Participe!

ÔNIBUS SAINDO DO CONIC, PRAÇA ZUMBI DOS PALMARES, ÀS 8:30 DA MANHÃ, DE GRAÇA!!!!


O quê?
Grande Conferência Livre – Comunicação e Cultura Negra do DF, No Intituto Praia verde, candangolândia


Quando? 10 de outubro, das 9h às 18h com almoço, GOG CoMvida para Grande Roda Cultural e espaço para feira afro.


Mais informações: grioproducoes@gmail.com

Artigo: "Viver a vida" e o mito da democracia racial




Por Márcia Severino
filósofa negra e ativista do DF

O racismo e o mito da democracia racial no país se tornaram algo tão velado que somos capazes de ficarmos felizes por finalmente haver em uma novela das 8 da Rede Globo uma protagonista negra, no entanto, basta um olhar um pouco mais atento para verificarmos que "Viver a vida" de Manoel Carlos nada mais faz do que disseminar o mito da democracia racial.

A começar, os únicos personagens negros da novela são os que fazem parte da família da protagonista ou estão em sua órbita. A característica desses personagens aponta o que estamos acostumados a ver sempre nas novelas globais: os negros envolvidos com a marginalidade.

A protagonista que é a negra "gente boa" e rica está cercada de brancos, todos igualmente "gente boa" e ricos, por todos os lados: a sua grande rival é branca, suas melhores amigas são brancas, o seu trabalho como top model (algo de impossível visto que há poucas chances para as negras nesse mercado e as poucas que conseguem um espaço jamais são consideradas top models) suas colegas de profissão são brancas e, como não poderia deixar de ser, o grande amor da sua vida é um homem branco. Mesmo estando tão cercada pelo universo branco a personagem em nenhum momento é vítima de racismo, algo no mínimo curioso.

Por outro lado, seus irmãos negros são os problemáticos da família. O que dizer da personagem Sandrinha (irmã da protagonista) a típica garota problema. Essa sim está sempre em más companhias e nos lugares errados que são, respectivamente, o namorado negro e, com ele, os amigos da favela e a própria favela onde sabemos que por motivos históricos a população negra é maior, difernetemente, é claro, do bairro do Leblon onde a classe média alta branca tem como vizinha a bela e negra Helena.

Qual parece ser a lição que Manuel Carlos tenta nos passar com essa novela: "Negro, se queres ter ascensão social associa-te aos brancos, mas se queres o crime e a pobreza continue ao lado dos demais negros". A destruição da identidade negra e sua identificação com tudo o que é ruim em nossa sociedade são elementos bem presentes nessa novela.

Enfim, confesso que enquanto mulher negra não esperava que a Rede Globo, aliás uma das maiores disseminadoras da ideologia racista no país, trouxesse uma protagonista que questionasse o verdadeiro cotidiano da mulher negra que, entre outas coisas, nos mostra que essas mulheres são as que mais sofrem com a prática do aborto clandestino, que a maioria das mães solteira são negras - ambos os fatores consequência da rejeição que essas mulheres sofrem - que elas são as que mais morrem de doenças decorrentes de problemas ginecológicos por não serem atendidas nos hospitais pelos ginecologistas da mesma forma que as mulheres brancas são.

Assim, o inimigo se usa do próprio negro para disseminar a ideologia que o destrói e ainda sai como bonzinho por "conceder" ao negro o direito de ser protagonista, nem que seja apenas em uma novela.

Como diria nosso grande lutador Steve Biko: Sejamos negr@s e não apenas não branc@s.

Movimento Negro chama sua I Grande Conferência de Cultura e Comunicação no DF
















Dia 10 de outubro entrará para a história.

Será realizada a I Conferência Livre, conjugada, de Cultura e Comunicação, especificamente para discutir demandas da população negra. Neste momento, em que estamos caminhando para a I Conferência Nacional de Comunicação e para a II Conferência Nacional de Cultura, a população negra, entidades, coletivos, artistas, artivistas e militantes do Distrito Federal irão se reunir para discutir, elaborar e encaminhar propostas para o futuro da comunicação e da cultura no país.

Unir as conferências livres de cultura e comunicação não poderia ser mais oportuno, já que o tema da Confecom será Democratização da Comunicação, o que muito tem a ver com a circulação ou não da cultura negra. Por isso, no dia 10 de outubro, a partir das 8h no Instituto Praia Verde, o encontro está marcado.

É fundamental a participação de todas e todos. Você acha que a maneira como a mídia trata e constrói, diariamente, a imagem e identidade de negras e negros precisa mudar? Você acha que a mídia brasileira é racista? Você quer ver a cultura negra inclusa e respeitada, sem folclorização, e com políticas públicas específicas? Por isso é que temos que participar das conferências. E não é conversa só para jornalista, artista ou intelectual não gente! Essas mudanças têm a ver com todxs nós!

Na programação, que dura o dia todo, está previsto almoço com grande Roda Cultural e espaço para exposição, feira preta, sarau, dança, música, performances, improviso. Traga seu trabalho, exponha, troque, poeme-se, venda, compre, espalhe, promova, valorize a cultura negra. Vamos ser protagonistas!

Entre as entidades/instituições organizadoras da conferência estão o Fórum de Mulheres Negras do DF, Movimento Negro Unificado, Griô Produções, Fórum de Entidades Negras e Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial-DF.

Para saber mais sobre a Conferência Nacional de Comunicação acesse: http://proconferencia.org.br/

Para saber mais sobre a Conferência Nacional de Cultura acesse: http://blogs.cultura.gov.br/cnc/



Participe!


O quê? Grande Conferência Livre – Comunicação e Cultura Negra do DF

Quando? 10 de outubro, das 8h às 18h com almoço, GOG CoMvida para Grande Roda Cultural e espaço para afronegócios.

Mais informações: grioproducoes@gmail.com

61-8571 4531/7814 2907

1ª Caminhada das Comunidades de Terreiro do DF e Entorno


Um ano e muitas conquistas!

O Fórum de Mulheres Negras do DF reiniciou suas atividades em julho de 2008. Nesta primeira chamada, compareceram professoras ligadas ao Fórum Permanente de Educação e Diversidade do Distrito Federal, mulheres lésbicas representantes dos grupos no Distrito Federal, mulheres que trabalham na área da comunicação, produtoras, representantes do movimento HIV/AIDS, representantes da religiosidade de matriz africana no DF e Entorno, cabeleireiras, estudantes e a presidenta da Associação de Artesãos do DF.

A organização da mulher negra diante das atuais conjunturas nacional e internacional, no início do século 20, tem crescido significativamente. Mas nos redutos mais distantes, caminha muito lentamente para a inclusão total do povo negro na sociedade brasileira. Mesmo com iniciativas governamentais federal, estadual e municipal, na administração direta, com a criação de secretarias, departamentos, coordenadorias, comissões e núcleos sobre as relações étnico-raciais no Brasil. A se tornarem políticas permanentes é a ainda o grande desafio.

Estas prioridades visam à melhoria e ao acesso à educação, saúde, inserção no mercado produtivo, remunerado, liberdade na expressão das manifestações afro-brasileiras na cultura, social, religiosa da população negra feminina no Distrito Federal e no Brasil.

O primeiro compromisso do FMNDF foi representar a segunda vaga do Fórum Nacional de Mulheres Negras, na Reunião da Revisão de Durban + 10.
A primeira atividade do FMNDF pautou a realização com outras parcerias, da comemoração ao dia 25 de julho – Dia da Mulher Afro-Americana e Caribenha em 2008.

Foi então tirado o Plano de Ação para o primeiro semestre de 2009, o FMNDF prioriza como bandeiras a saúde, educação e religiosidade de matriz africana, por meio de ações de capacitação deste universo, sendo que estas ações sejam compactuadas com a formação, capacitação e aproveitamento profissional, escolar e social das participantes. São seminários de formação, oficinas, workshop, mostra de filmes/vídeos, criação de blogs, informativos, visitas in loco.

Neste primeiro momento, decidiu-se que seria a bandeira de luta a Saúde da População Negra, visto que a política já estava aprovada desde 2006, pelo Conselho Nacional de Saúde. Vimos, assim, a importância de lutarmos pela implementação desta política no Distrito Federal. Quanto à Educação, estaríamos também, atuando, mas via este Fórum Permanente de Educação e Diversidade das Relações Étnico-Racial do Distrito Federal. Neste sentido, o FMNDF promoveu duas atividades alusivas ao Dia da Mobilização Nacional da Política Nacional de Saúde da População Negra. Em 17 de outubro, fez um café da manhã, para receber a Imprensa, destacando a importância do combate ao racismo institucional nas redes hospitalares e postos de saúde, bem como, os principais agravantes no que tange à saúde da população negra. Ainda, nesta coletiva divulgamos o ato público que estávamos organizando para o 20 de novembro de 2008 – Dia Nacional da Consciência Negra, com esta mesma reivindicação.

ATIVIDADES REALIZADAS EM UM ANO DE RETOMADA DO FÓRUM NO DF

27/10/2008 – Coletiva com a imprensa
Seguindo a data, 27 de outubro, dia da mobilização Nacional da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra criada pela ONG Criola e Rede de Religiões Afro Brasileira e Saúde realizamos uma coletiva com a imprensa destacando a importância do combate ao racismo institucional nas redes hospitalares e postos de saúde, bem como, os principais agravantes no que tange à saúde da população negra. Ainda nesta coletiva divulgamos o ato público que estávamos organizando para o 20 de novembro de 2008 com esta mesma reivindicação.
27 a 29 de outubro – Seminário regional “Mulheres em Situação de Prisão: Diagnósticos e desafios na implementação de políticas integradas no âmbito do MERCOSUL”.
20/11/2008 - Ato público RACISMO FAZ MAL A SAÚDE (mobilização nacional)
O ato público foi organizado pelo FMN-DF e foi realizado às 14h na Praça Zumbi do Palmares no CONIC - Brasília DF; este ato teve o intuito de agregar mulheres, grupos e entidades para cobrar do governo do Distrito Federal a implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. Na ocasião foi enviado um ofício solicitando audiência pública com o secretário de saúde do GDF, Deputado Augusto Carvalho, cobrando a implementação da PNSPN no DF. Neste dia o FMNDF concedeu entrevista à TV Brasília. Foi lançada ainda uma Petition on line, assinada por várias entidades e movimentos.
07\12\2008 - Debate no Programa Justiça em Movimento
O Fórum de Mulheres Negras do DF participou como convidada para debate no programa "Justiça em Movimento" da Rádio Justiça, ao lado do Secretario de Igualdade Racial do DF e de socióloga da UnB. (Disponível no site da Rádio Justiça.).

15 a 18/12/2008 - Conferência Nacional de Direitos Humanos.
Apesar de não estarmos formalmente como delegadas, participamos de GT’s e debates como observadoras e fizemos articulação com as delegações presentes, além de durante todo o evento ter sido exposta faixa nossa sobre o direito integral à saúde da população negra.

27 /01 a 04/02/2009 – Fórum Social Mundial
Em janeiro de 2009 integrantes do Fórum de Mulheres Negras do DF, integraram, junto a mulheres de diversos estados do Brasil e diversos movimentos, a "Casa Feminista" da Articulação de Mulheres Brasileiras no Fórum Social Mundial; discutiram em fala aberta na Assembléia Final do Movimento Feminista e de Mulheres, assim como em outros momentos do evento, a temática gênero/raça, a especificidade das mulheres negras e a importância da atenção do feminismo para as diversas formas de singularização.

07/03/2009 – Programa Especial na TV Nacional.
Em março de 2009, o FMNDF, integrou grupo de convidadas de programa especial da TV Nacional em comemoração ao Dia Internacional da Mulher.
05/03/2009 – Audiência pública com o Secretário de Saúde do DF
A audiência pública reivindicada pelo FMNDF foi realizado no dia 05 de março de 2008. Na audiência apresentamos os 4 pontos primordiais que acordamos, em coletivo, serem a mais urgentes no momento, a saber: Implementação do Quesito Cor; Criação e manutenção do Comitê Técnico de Saúde da População Negra do DF, formado por representantes do Governo e da Sociedade Civil, para o planejamento e fiscalização destas políticas; Estruturação de um sistema efetivo de prevenção e tratamento de doenças recorrentes na população negra, a saber: implantação do “teste do pezinho” para informação e difusão sobre a doença falciforme; prevenção e tratamento de hipertensão arterial, transtornos mentais, miomatoses, cânceres de mama e colo uterino, diabetes mellitus, dentre outras; Especial atenção a políticas públicas que garantam a autonomia e soberania sexual e reprodutiva de nós, mulheres negras.
1. A Qualificação e humanização do processo de cuidado – investimento na formação e na educação continuada de toda a força de trabalho em saúde pública;
2. Formulação da política distrital de saúde integral da população negra, com garantia de recursos orçamentários específicos, metas e indicadores;
3. Envolver as secretarias, gerências do DF acerca da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra.
Nesta reunião ficou acordada outra audiência para diálogo com demais representantes da Secretaria de Saúde do DF.


16 de abril de 2009

Iniciamos nossa participação, na Pré-Conferência Distrital da Promoção da Igualdade Racial.

23 a 25 de julho de 2009

Realizaçãodo Festival Cultural da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha em parceria com a Griô Produções, Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-DF) e Associação Coturno de Vênus.


Conferências
O Fórum de Mulheres Negras DF está totalmente envolvido com a Comissão Pró-Conferência de Comunicação do DF e Comissão de Organização da Conferência Distrital de Cultura.

*Coletiva de Imprensa - Pela Implementação do Comitê Técnico de Saúde da População Negra do DF.

*Coletiva de Imprensa - Pela Implementação do Comitê Técnico de Saúde da População Negra do DF.

*Ato no 20 de Novembro. Praça Zumbi dos Palmares e nossas Dandaras...

*Ato no 20 de Novembro. Praça Zumbi dos Palmares e nossas Dandaras...